O belo que aterroriza,
Que abraça e esfaqueia,
Que cura e mata,
Que assalta e presenteia.
Sementes que morrem para viver.
Quebram as cascas, e deixam o passado,
Crescem e viram outro ser.
Dores que dão sentido
para o que parecia errado.
Flores, que conquistam e que dizem adeus,
Beijos de amores e choros de mortes.
Presentes, passados, faltas, ausências.
Fracos, sensíveis, aprendizes.
Disfarça a morte com maquiagem e flores,
Não cumpre as promessas, mas chega.
Encanta com o por do sol, mas assombra com noites.
Saudade que lava os olhos, mas deixa a alma seca.
Engana, e muda o trajeto,
Leva pra perto, mas aprisionado.
Promessas que atingem a mentira,
E deixam os pés paralisados.
Dores, flores, cores,
Artistas que brilham na escuridão,
Postes de luz, que me dão direção.
As cores das dores em flores.
Rodolfo Goulart